Repressão à rede de abastecimento gera prisões nos EUA, Europa e Canadá
Drogas sintéticas em sacolas de evidências numa conferência de imprensa na sede do Departamento de Narcóticos dos EUA. As autoridades norte-americanas de imigração e alfândega anunciaram apreensões internacionais de drogas sintéticas chinesas (Mandel Ngan/AFP/Getty Images)
Uma rede internacional de tráfico de drogas que está senda alimentada por materiais sintéticos chineses encontrou seu fim com a prisão de 54 pessoas nos Estados Unidos e várias prisões no Canadá e na Europa.
“Esta investigação internacional mostra um caminho pelo qual grandes quantidades de drogas sintéticas podem entrar em nossas comunidades”, disse o procurador norte-americano William Hochul Jr. num comunicado de imprensa.
A repressão foi anunciada pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA num comunicado de imprensa em 16 de setembro. Vários outros ramos de aplicação da lei participaram na investigação, incluindo o Departamento de Investigações de Segurança Nacional (HSI), a Departamento de Narcóticos (DEA) e a polícia do estado de Nova York.
A investigação começou por volta de junho de 2012, quando os investigadores teriam descoberto um grupo de oito pessoas no estado de Nova York que recebiam suas drogas sintéticas de um fornecedor localizado na China.
A China é um dos principais fornecedores de drogas sintéticas para os Estados Unidos, México e América Latina. Produtos químicos da China estão alimentando a epidemia de metanfetamina nos Estados Unidos e de substâncias psicoativa na América Central.
Os indivíduos no estado de Nova York importavam principalmente metilona, um estimulante que tem uma estrutura química similar a 3,4-metilenodioximetanfetamina também chamada MDMA ou ecstasy.
A metilona está se tornando cada vez mais popular como uma droga de boates e já matou duas pessoas em Nova York até agora, segundo o comunicado de imprensa. Jeffrey Russ, que morreu no festival Electric Zoo recentemente, tinha tomado uma mistura letal de metilona e MDMA.
As forças da lei ampliaram suas investigações por meio da obtenção de uma ordem judicial para interceptar comunicações de e-mail utilizadas pelos fornecedores na China e, ao longo de 30 dias, produziram mais de 450 pistas.
As informações levaram a 54 prisões em todo os Estados Unidos. Agentes apreenderam, entre outras coisas, mais de 70 kg de metilona, vários quilogramas de cocaína, metanfetamina, MDMA, mais de 50 mil dólares em dinheiro e várias armas de fogo.
Os investigadores também descobriram que o fornecedor chinês enviava drogas sintéticas para outros países, incluindo Canadá, Alemanha, Áustria, Finlândia, Espanha, Itália, Bélgica, Irlanda, Reino Unido, Suécia e Lituânia.
Brian Crowell, um agente especial do DEA, disse num comunicado que as drogas sintéticas são um problema crescente. Ele disse que houve um aumento de 300% nos centros de tratamento nos EUA relacionados a drogas sintéticas.
“Temos visto revendedores de rua que vendem algo com um nome atraente, como ‘molly’, e na verdade são produtos químicos sintéticos venenosos feitos em laboratórios na China”, disse Crowell. “A overdose pela ingestão desses tipos de produtos químicos são extremamente perigosas e implacáveis.”
As oito pessoas presas no estado de Nova York são Joshua Buerman, de 25 anos; Michele Hess, 21; Kevin Willard, 21; Andrew Bosch, 28; Madhu Ashok, 21; Lance Minielly, 23; Jesse James Macaveny, 20, e Rita Levy Panzica, 18.
Todos eles são acusados de conspiração por importar e distribuir quantidades significativas de metilona e podem receber até 20 anos de prisão, uma multa de um milhão de dólares ou ambas as punições.