Herói de uma Nação
Ao decidir a partilha da Palestina,em 1947,o gaucho
Oswaldo aranha entrou para a história de Israel e virou até nome de Rua em
Tel-aviv
Por Sérgio Silva
Oswaldo Aranha
Ele foi
um dos articuladores da Revolução de 1930, ministro da Justiça, deputado
constituinte, embaixador do Brasil nos EUA, presidente da Assembleia da ONU.
Ao decidir a partilha da Palestina, em 1947, o
gaucho Osvaldo Aranha entrou para a história de Israel - e virou ate nome de rua em Tel-aviv
Ele queria
ser Presidente do Brasil. Em sua carreira brilhante, chegou á ministro,
chanceler e embaixador. Mas não alcançou a presidência da republica. Presidiu,
isto sim, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que determinou a partilha
da Palestina, ao bater o martelo no dia 29 de Novembro de 1974, ele decidiu
aquele território seria dividido entre dois Estados Para os judeus viraria um Herói.
PARA OS ÁRABES NÃO PASSSARIA DE UM CARRASCO.
Nascido em
1894 na pequena cidade de Alegre te, interior gaúcho Oswaldo Aranha teve sua vida política
marcada pela amizade e por uma intensa colaboração com o conterrâneo Getúlio
Vargas. Em 1934, depois de já ter passado pelo Ministério da Justiça e da
Fazenda em Washington.
Começava ali
seu profundo fascínio pelo estilo de vida e pelo modelo de democracia dos
americanos.
Liberal,
típico homem de centro, Aranha defendia o alinhamento do Brasil com os EUA
antes mesmo de assumir a embaixada brasileira em Washington.
A economia
americana ganha cada vez mais importância no mundo. E o ambiente internacional
conturbado sugeria uma aproximação estratégica com aquele país.
A segunda
Guerra Mundial aproximava-se. Judeus que fugiam da Europa eram barrados em
diversos países, entre ele Brasil. Em 1937, uma circular secreta (NÚMERO 1.127)
JÁ DETERMINAVA QUE OS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA NACIONAL VIGIASSEM A ENTRADA DESSES
IMIGRANTES. No ano seguinte, nova circular (1.249) autorizava o ingresso de
judeus apenas em certos casos- artistas, por exemplo, ou aqueles que tivessem
cerca de 30 mil dólares para pagar ao governo. Até que, em 1941, o Estado Novo
de Vargas - com aranha á frente do Ministério das relações Exteriores –
suspende os visto a judeus de todas as nacionalidades. Esse é um período
bastante controverso entre historiadores e biógrafos. Há quem defenda que o
então ministro, um entusiasta da política americana, tentou relaxar as restrições
á vinda de imigrantes judeus. Para os que defendem essa tese. Oswaldo Aranha
encontrava-se em uma posição delicada se puxasse demais a corda, acabaria fora
do governo, abrindo espaço para o crescimento da ala governista pró-Eixo. Quem
estuda o antissemitismo no Brasil desse período, no entanto, questiona a
atuação ministro, argumentando que muitos judeus tiveram negada sua entrada nos
pais e acabaram morrendo em consequência da política externa brasileira.
Polêmica a
parte, o fato é que Oswaldo Aranha continuou no governo e alcançaram seus
objetivos, Em 1942, o Brasil rompe relações com Alemanha, Itália e Japão. O
alinhamento com os americanos rende vantagens políticas e econômicas. Após a
guerra, com dois grandes blocos se formando (EUA de um lado, URSS de outro) a
orientação do Brasil é se aproximar cada vez mais de Washington.
Presidente por acaso
Oswaldo Aranha entrou para a história
de Israel quase por acaso. No final de 1946, ele fora convidado para um
seminário nos EUA e prometera que traria para o chanceler brasileiro, Raul
Fernandes, um relatório sobre as relações entre os dois países. Ainda estava em
solo americano quando o então embaixador brasileiro, Leão Velloso, sofreu um
enfarto. Aranha assumiu seu lugar. Pouco depois, seria eleito presidente da
segunda Assembleia Geral da ONU.
Seja por interesse na aproximação com
os EUA ou por convicção, sua atuação na partilha da Palestina marcou-o como
amigo dos Israelenses. O Jornalista Nanhaum Sirotsk, que o conheceu de perto e
hoje mora em Israel, conta que, entre outras homenagens. Aranha ganhou uma rua
em Tel-aviv com seu nome e um centro cultural no Kibutz Bror Chail,que guarda
parte da sua biblioteca e o martelo com o qual ele deu o veredito na ONU. Oswaldo
Aranha morreu em 1960, no Rio de Janeiro, pouco antes de completar 66 anos.
Oswaldo
Aranha na III Reunião dos Chanceleres no Rio.
O jovem
Oswaldo participou de vários comícios em praças públicas, junto com vários
outros estudantes, sendo muitas vezes um dos oradores e, frequentemente,
correndo perigo por causa da repressão policial. Em 1915, o estudante Lustosa
Aragão foi ferido pelas forças policiais durante uma manifestação contra o
governo federal e Oswaldo redigiu um abaixo-assinado ao senador Pinheiro
Machado, referindo-se a ele nos seguintes termos: "A tirania vossa
alimenta-se de vidas, vivendo de mortes. Foi ferido hoje um heroico moço, mas a
mocidade não recuará"
Alguns meses
depois, em 14 de maio de 1948, foi proclamada a Independência do Estado de
Israel. Os árabes, ao invés de construir uma nação nas terras a ele destinadas
pela Resolução da ONU, procuraram, sem sucesso, destruir o estado judeu.
Desperdiçaram tempo, incalculáveis recursos e dezenas de milhares de vidas na
tarefa infrutífera de negar aos judeus a existência de seu próprio país. No ano
de 2007, em que se comemorava o 60º aniversário da Partilha da Palestina,
talvez tenha chegado o momento de transformar em realidade o sonho de um
brasileiro, de permitir que árabes e judeus pudessem viver em paz em fronteiras
seguras dentro de seus próprios países. Quanto a Oswaldo Aranha, retornou ao
Brasil como herói, saudado por uma multidão que se espremia no saguão do
Aeroporto Santo Dumont, no Centro do Rio. Presença maciça de populares, de
representantes da coletividade judaica, da mídia brasileira e internacional e
ausência ostensiva de autoridades do governo. Nem mesmo o Itamaraty, cuja sede
distava quinze minutos de carro do aeroporto, se dignou a mandar um
representante para recebê-lo. Aranha acabara de ser indicado para o Prêmio
Nobel da Paz por sua atuação na ONU e já se cogitava o lançamento de sua
candidatura à Presidência da República, coisa que não interessava nem a Dutra
nem ao seu “mui amigo” Getúlio. Estava exausto, tanto pelas noites mal dormidas
em razão dos intermináveis encontros políticos, quanto pelo intenso frio
nova-iorquino, rigoroso até mesmo para um valente gaúcho do Ale grete. Acabara
de viver o período de maior emoção de sua vida, que o havia obrigado, entre
outras providências, a comparecer armado às reuniões da ONU, pois havia sido
jurado de morte por sua decidida atuação a favor da Partilha. Para quem tinha
conseguido pacificar Chimangos e Maragatos no início da sua longa e vitoriosa
trajetória política, certamente repetir a proeza, dessa feita entre árabes e
judeus, seria um pouco mais complicado, mas não de todo impossível.
Oswaldo
aranha um dos principais articuladores da Revolução de 1930.
Tornou-se um
dos principais articuladores da Revolução de 1930, que começou em Porto Alegre em 3 de
outubro daquele ano. Uma semana depois, Getúlio Vargas passou o poder do estado
para Oswaldo Aranha, antes de rumar para Ponta Grossa (PR), onde estabeleceu
seu quartel-general e assumiu o comando das forças revolucionárias em marcha
para o Rio de Janeiro, então capital da República.
Na primeira
sessão especial da Assembleia Geral da ONU, em 1947, Oswaldo Aranha inaugurou a tradição -que se
mantém até hoje- de ser um brasileiro o primeiro orador daquele foro
internacional.
Oswaldo Euclides de Souza Aranha era um dos 11 filhos do coronel Euclides de Souza Aranha e de Luiza de Freitas Valle Aranha, proprietários da estância Alta Uruguai, no município gaúcho de Itaqui.
Freqüentou a faculdade de direito, aproximando-se dos colegas que se ligavam às oposições, embora o pai fosse do partido situacionista. Manteve também intensa atividade política contra o então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca.
Oswaldo Euclides de Souza Aranha era um dos 11 filhos do coronel Euclides de Souza Aranha e de Luiza de Freitas Valle Aranha, proprietários da estância Alta Uruguai, no município gaúcho de Itaqui.
Freqüentou a faculdade de direito, aproximando-se dos colegas que se ligavam às oposições, embora o pai fosse do partido situacionista. Manteve também intensa atividade política contra o então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca.
Sério Silva.
Comunicação Social
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