sábado, 25 de outubro de 2014

Importância para a vida e distribuição no planeta


25 de outubro 2014
Por. Sérgio Silva

A água é um mineral, elemento químico simples (H2O) fundamental para o planeta. Está por toda parte, forma oceanos, geleiras, lagos e rios. Cobre ¾ da superfície da Terra: um bilhão 340 milhões de quilômetros cúbicos. Abaixo da superfície, infiltrada no solo, há mais quatro milhões de quilômetros cúbicos que contornam rochas, cavernas, formam poços, lençóis e aqüíferos. Em torno do planeta, na atmosfera terrestre, existe mais de cinco mil quilômetros cúbicos de água, em forma de vapor. 
 
Sem água, a vida como conhecemos seria impossível. Toda evolução dos seres vivos está associada e depende desse precioso líquido. 
 
 
A humanidade tem seu desenvolvimento associado aos usos da água e durante milênios o homem considerou-a um recurso infinito. Apenas há algumas décadas a humanidade despertou para a dura realidade de que, diante de maus usos, os recursos naturais estão se tornando escassos e que é preciso acabar com a falsa idéia de que os recursos hídricos, ou seja, a água, não é inesgotável.    
 
Atualmente, mais de 1,1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com a falta d´água. 
 

Embora exista muita água no planeta, o maior volume, 97,5%, está nos oceanos e é salgada: apenas 2,5 % é doce, mas está concentrada nas regiões polares, congelada. Resta à humanidade 0,7% da água doce da Terra, armazenada no subsolo, o que dificulta sua utilização. 
Somente 0,007% está disponível em rios e lagos superficiais.

Profecias Bíblicas.Recentes acontecimentos indicam que o mundo pode acabar a qualquer momento. Uma reportagem feita peloThe New York Times revela que o Rio Eufrates, que atravessa o Iraque e a Síria, está cada vez mais seco. Ele é tão importante, que aparece, entre outros livros da Bíblia, em Gênesis – quando diz que é um dos principais rios que passam pelo Éden –, e emApocalipse – quando fala de seu fim, ao secar. E isso devido a políticas inadequadas do uso das águas por parte dos governos turco (a Turquia possui cinco represas de irrigação ao longo do Eufrates) e sírio; uso incorreto dos recursos hídricos por parte dos agricultores; e perdas ambientais em áreas próximas ao rio.
Agora veja o que a profecia em Apocalipse diz: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande Rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol.” Apocalipse 16.12
As águas do rio estão secando. Mais uma grande pista de que as profecias estão se cumprindo em ritmo acelerado, o que mostra que todos os indícios apontam que a qualquer instante pode ocorrer o evento mais esperado de todos os tempos: o arrebatamento. Por mais que alguns duvidem da autenticidade das revelações contidas no livro do Apocalipse, os fatos são incontestáveis. 
O que está ocorrendo com o Eufrates é um indício de que já estamos vivendo uma fase avançada do Apocalipse, sendo inegável o fato de que há tempos ele já começou.
Apocalipse 16.3 E o segundo anjo derramou a sua salva no mar...
Isaias 19.5 E faltarão as águas do mar, e o rio se esgotará e secara.
Joel 1.20 Tabém todos os animais do campo bramam a ti, porque os rios se secaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O orgulho e suas agravantes

O orgulho e suas agravantes


Sérgio Silva

Caruso Samel

Toda criatura orgulhosa é, quase sempre, também arrogante
O orgulho, o mais terrível sentimento negativo, baseia-se numa falsa avaliação que a criatura faz do seu sentimento de auto-estima. Ele é a porta de entrada para um grande número de sentimentos negativos, tais como a luxúria, a ira, a preguiça, a inveja, a cobiça e a gula, que, no seu conjunto, são conhecidos como "os sete pecados capitais", mas que preferimos chamar de "os sete vícios morais fundamentais" da criatura humana.
Isso decorre das reações impróprias que opomos a tais sentimentos quando nos sentimos ofendidos. Por exemplo, quando sofremos uma traição, ferindo a nossa auto-imagem e o amor-próprio, ativamos a nossa ira e revidamos, também traindo. Estamos sempre querendo pagar com a mesma moeda as ofensas que recebemos e nisso está o problema. Se, por uma razão qualquer, não conseguirmos pagar com a mesma moeda, procuramos outros artifícios de revide, como no mesmo exemplo, podemos assimilar a ira em outro sentimento também negativo como a mágoa. Mágoa e ira, terríveis sentimentos, caminham sempre juntos.
Então, a criatura procura alimentar a sua auto-imagem. É isto que dá sustentação aos demais sentimentos, baseando-se a criatura em falsos conceitos, totalmente equivocados a respeito de si mesma. Quando falamos em auto-imagem estamos nos referindo a uma pessoa que possua caráter impoluto, que seja gentil e respeitadora e que pratique suas boas ações, sempre cheia de boas intenções. É óbvio que muitas criaturas não procedem dessa forma com naturalidade e procuram esconder de si mesma o que realmente são. Por isso, dizemos que, para evitar o agravamento de certos problemas, devemos fazer uma auto-análise para descobrirmos o que realmente somos.
Os psicólogos costumam tratar o amor-próprio de forma um pouco diferenciada da auto-estima. Trata-se de uma afetação emocional causada por um sentimento ferido, que está enraizado em nível emocional. O amor próprio ferido normalmente é a causa principal de muitas atitudes inferiores. Podemos, portanto, conceituar o amor-próprio como sendo uma forma de apego que a criatura tem para consigo mesma. O amor-próprio diferencia-se do amor universal, que decorre daqueles que amam a todos os seres sem qualquer discriminação e sem se apegarem a nada. Do amor próprio ferido decorrem muitos outros sentimentos negativos, tais como a impaciência, o derrotismo, a frustração e até a vingança.
Toda criatura orgulhosa é, quase sempre, também arrogante. A arrogância caracteriza-se por uma maneira prepotente de ser e atuar, sendo uma atitude em que o ser se apresenta diante das demais pessoas com o objetivo de diminuí-las perante si mesmas. Daí, o arrogante tratar com indiferença os seus semelhantes, de uma maneira bem diferente de uma pessoa altruísta.
A criatura orgulhosa julga-se perfeita, auto-suficiente, infalível, sendo, pois, um sentimento enraizado em nível mental. Tais criaturas consideram-se capazes de fazer qualquer coisa, geralmente para ofender e humilhar seus semelhantes, dando-se muito valor às suas atitudes, com o que podem chegar à beira da obsessão.
Os orgulhosos gostam muito de chamar a atenção sobre si mesmos, isto é, procuram demonstrar e acentuar um mérito próprio que não têm, sempre que fazem algo um pouco fora do comum. Em outras palavras, tais criaturas acham-se sempre merecedoras de algo, bem além da realidade. Este viés está aliado à auto-importância e a auto-suficiência que os orgulhosos dão a si mesmos. São pessoas que se julgam boas em tudo que fazem e vivem momentos de glória que efetivamente não possuem. Pelo fato de valorizarem-se mais do que merecem, o mérito que o orgulhoso procura atribuir-se está aliado à auto-importância. São idéias, criações e conceitos equivocados que o orgulhoso tem de si mesmo, não passando de falsa avaliação mental.
Daí decorre que o orgulhoso tem um egoísmo muito acentuado e, por ser muito apegado a si mesmo, nada dá de si. Verifica-se, portanto, que o egoísmo e a vaidade que o orgulhoso carrega estão aliados à autoconsideração e ao ressentimento, sendo enraizado em nível emocional. Assim, o egocentrismo é a única atitude que lhe interessa, não tendo qualquer consideração para com as demais pessoas. Tais criaturas têm um ego exacerbado. Para o orgulhoso tudo deve girar ao seu redor e, fazendo-se o centro de tudo, gostam de chamar a atenção dos outros para si.
O mais grave, porém, a realçar no orgulhoso é a prepotência, já que o prepotente é aquele que impõe sua vontade sobre os seus semelhantes, sendo sempre autoritário. Assim é o ego do orgulhoso; se não consegue fazer valer suas idéias pela força física, mentalmente o faz por meio de cenas imaginárias. Dá mais valor à pompa e às aparências. Por exemplo, acredita que um diploma conseguido sem grande esforço vale mais que a experiência daquele que o conseguiu estudando e batalhando muito.
Numerosas são as atitudes dos orgulhosos, sendo fáceis de ser identificadas na vida prática de todos os dias, revelando até mesmo aos olhares menos sensíveis, sua identificação com os sentimentos do orgulho e da vaidade. Destacamos a sua forma exagerada de considerar-se a si mesmo frente aos seus semelhantes.
Dessa forma, sentem-se sempre melhores e mais importantes que os outros (complexo de superioridade); sentem-se sempre merecedores de algo mais do que valem; identificam-se pelas qualidades que pretendem demonstrar sem as ter; autovalorizam-se em demasia; gostam de exibir seus bens materiais e exagerar-se nas aparências e no modo de vestir, mostrando-se vaidosos; supervalorizam os seus serviços profissionais; olham com indiferença os seus semelhantes, principalmente pobres e mendigos, quase nunca os ajudando; nunca agem de forma altruísta, por lhes ser contrário ao seu modo de agir este nobre sentimento.
O orgulhoso utiliza-se principalmente dos sentimentos e emoções mais fracas ou negativas do ser, já que a criatura orgulhosa sempre acha que vale mais que o seu semelhante, tendo uma visão bem materializada da vida. Fazem de tudo que podem, quase sempre usando expedientes moralmente condenáveis, para fazerem triunfar a sua prepotência, empáfia, vaidade e orgulho.

O autor é militante da Filial Butantã - SP

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Repressão ao prazer sexual.

As colocações abaixo foram elaboradas em resposta às perguntas de um professor ímpio sobre uma suposta origem bíblica de uma possível repressão ao prazer sexual entre os judeus.

 

Análise bíblica da "repressão ao prazer sexual"


1) Sexo-prazer -  mal visto.

                Tal suposição não encontra fundamento na bíblia.  Nela não se vê nenhuma palavra contra o prazer sexual. Somente se determina que a cópula seja restrita aos cônjuges.  Deus criou o seres humanos: macho e fêmea (Gênesis 1.27). Essa distinção já pressupõe a prática sexual. Além disso, Deus ordenou que suas criaturas crescessem e multiplicassem (Gênesis 1.28).  Entendemos que o sexo existe para a reprodução. Entretanto, tal compreensão e afirmativa não representam a negação ao prazer.  Se não houvesse o desejo e a satisfação encontrada no ato sexual, a perpetuação da espécie humana teria corrido sérios riscos no início da história humana. A reprodução ficaria dependendo de uma consciência de obrigação por parte das pessoas, e o ser humano poderia se extinguir por uma simples questão de esquecimento ou falta de tempo. Para que assim não ocorresse, Deus fez com que o sexo fosse prazeroso.  Podemos pensar da mesma forma em relação ao ato da alimentação.  Se formos analisar, concluiremos que temos a "obrigação" de ingerir alimentos e beber água freqüentemente. Entretanto, normalmente não pensamos no comer e beber como uma obrigação, mas, quase sempre como um prazer. Para a nossa própria segurança e também para o nosso próprio bem estar, Deus fez com que a alimentação fosse um motivo de prazer para nós. 
                Alguém pode dizer que o prazer é legítimo, mas que o ato sexual deve ter sempre o objetivo da reprodução. Como dissemos, o ato sexual existe para a reprodução, mas a bíblia nos dá a entender que o mesmo é legítimo e honrado, mesmo que a reprodução não ocorra ou não esteja sendo buscada. Vejamos o que diz o apóstolo Paulo na primeira carta aos coríntios, capítulo 7, versos 4 e 5: "A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também  da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência."  Paulo está dizendo que a prática sexual seria constante na vida do casal e que a abstinência só poderia acontecer por consentimento mútuo e por pouco tempo.  Paulo estaria ensinando os casais a terem filhos ininterruptamente? Creio que não. O que está em pauta é a necessidade do prazer sexual e sua legitimidade dentro dos limites do matrimônio.
                No Velho Testamento, no livro de Cantares de Salomão, encontram-se várias alusões aos atributos físicos dos cônjuges e ao seu relacionamento amoroso. Suas palavras parecem se relacionar bem com a questão do prazer e não com a sua negação.

                2) Esterilidade - maldição.

                A idéia da esterilidade como maldição é encontrada nos relatos bíblicos. Quando Deus se revelou a Abraão, o patriarca de Israel, fez-lhe a promessa de uma descendência numerosa, a qual, assim como as estrelas do céu e os grãos de areia da praia, não poderia ser contada.  (Gênesis 15.5). Assim, todo israelita se considerava abençoado quando podia ter filhos. Estava, desse modo, sendo alcançado pela bênção de Deus prometida a Abraão. A esterilidade era então vista como maldição, por ser contrária à benção.  Os homens valorizavam muito o fato de deixarem herdeiros. Por isso, as mulheres estéreis eram, em muitos casos, desprezadas. Seus maridos logo se uniam a outra mulher para com ela ter filhos. Evidentemente, quando o homem amava uma mulher, ele não a rejeitava por causa da esterilidade, mas, de qualquer forma, ela se sentia a pior das criaturas. (Gênesis 16.1-6  Gênesis 30.1-26   I Samuel 1.1-20  II Samuel 6.16-23   Salmo 127.3-5).
                Pela bíblia, entendemos que Deus escolheu a nação de Israel para que, através dela, Cristo viesse ao mundo. Para que isso acontecesse, esse povo precisava se multiplicar. A esterilidade surgia então como um estorvo ao propósito divino.
                Apesar de tudo isso, a bíblia nos mostra o amor divino pelas mulheres estéreis. Ainda que os homens as rejeitassem, Deus não as rejeitava. Nos textos mencionados vemos, inclusive, casos em que Deus ouviu a súplica de mulheres estéreis e lhes curou a esterilidade.  (Salmo 113.9). 
                No Novo Testamento, temos uma referência atípica sobre as mulheres estéreis. Jesus fala de um tempo de angústia tão grande, que as mulheres estéreis estariam felizes por não terem filhos para o sofrimento (Lucas 23.28-30; Mateus 24.19).  



                3) Adultério (feminino) - punição com apedrejamento público.

                Não existe adultério feminimo. O adultério é um ato que envolve um homem e uma mulher. (A não  ser que se trate de uma mistura de adultério com lesbianismo). A lei de Moisés determinava pena de morte para os adúlteros, homem e mulher. (Êxodo 20.14; Levíticos 18.20;  Levítico 20.10; Deuteronômio 22.22). No evangelho de João temos o relato a respeito de uma mulher adúltera, que foi trazida
pelos fariseus perante Jesus, para que ele dissesse se deveriam apedrejá-la ou não.  Vemos nesse episódio uma tentativa de se cumprir parcialmente a lei. Onde estava o homem que adulterara com aquela mulher? O texto nos diz que houve flagrante. Logo, não trouxeram o homem porque não quiseram.
                A proibição do adultério nada tem a ver com repressão ao prazer sexual.  A bíblia ensina o valor da família. Se não houvesse nenhuma restrição ao adultério e à prostituição, então a família cairia em extinção. As conseqüências poderiam ser:  filhos sem um lar, sem uma estrutura familiar tão necessária à formação da personalidade. Os idosos desamparados ou isolados, já que suas vidas foram totalmente fragmentadas por aventuras sexuais sem regras e sem compromissos. Por essa causa, seria difícil a existência de laços e responsabilidades.  E não é o que temos visto muitas vezes? Tudo isso tem acontecido em escala cada vez maior devido ao desprezo pelos princípios bíblicos.  (Provérbios 2.16; Provérbios 5.8; Jeremias 23.10; O Novo Testamento não nos manda apedrejar os adúlteros, mas continua ensinando que o adultério é pecado, é um atentado contra a família e contra a sociedade. (Mateus 5.27-28; Mateus 12.39; Romanos 7.1-3;  I Coríntios 6.9; Hebreus 13.4; Tiago 4.4). A palavra de Deus aos adúlteros é que se arrependam, se convertam aos ensinos de Cristo e sejam fiéis aos seus conjuges. Tudo está resumido no que Jesus disse àquela mulher adúltera: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? (E ela disse: ninguém, Senhor). Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais."  (João 8.10-11).
 
                4) Menstruação - impureza que necessitava de rituais de purificação.

                O texto de Levítico 15, menciona o fluxo feminino (menstruação) e o fluxo masculino (polução) como imundícies.  Tal afirmação nada tem a ver com repressão ao prazer sexual.  Esses ensinamentos estavam entre outros tantos que determinavam atos de higiene para o povo de Israel. Podemos dizer que eram desnecessários?  De modo nenhum, principalmente naquele tempo, aproximadamente 1.200 a.C., quando não havia água canalizada, nem absorventes, nem hospitais, nem os remédios e tratamentos de saúde da atualidade. Por isso, Deus ditou várias regras rígidas de higiene, afim de que não houvessem epidemias no meio do povo.  


                5) Novo Testamento: não faz referências claras à sexualidade. Apenas mostra a tolerância com a mulher adúltera.

                Existem poucos textos relacionados à sexualidade no Novo Testamento. Entretanto, isso não pode ser usado para dizer que a bíblia condena o prazer sexual.  O Novo Testamento não fala muito sobre sexo, simplesmente porque este não é o seu tema.  O Novo Testamento tem como objetivo instruir as pessoas com vistas à salvação de suas almas. Se formos analisar profundamente, a salvação estará relacionada a todas as áreas da vida humana. Então, os escritores neo-testamentários acabam tocando em questões sexuais, principalmente para alertar contra a prostituição, o adultério e o homossexualismo, e não para condenar o prazer sexual em si.  Quanto à tolerância com a mulher adúltera, podemos dizer: Deus demonstra tolerância com todas as pessoas, mas isso não significa que ele aprova o pecado. Deus ama o pecador (João 3.16), mas abomina o pecado. O que ele deseja é que todos se arrependam e se convertam. Nosso tempo de vida é nosso tempo de oportunidade. Os que não se arrependerem serão condenados por Deus.  (Romanos 1.18-32; I Coríntios 5.1-5; I Coríntios 6.15-20; Gálatas 5.19-21; Efésios 5.5; Efésios 6.28-31; Colossenses 3.5;  I Tessalonicenses 4.3-7; I Timóteo 4.12; Apocalipse 2.20-22).

                Pr. Anísio Renato de Andrade

                Bacharel em teologia
10/10/2014
Sérgio Silva

CHOQUE CULTURAL


Choque Cultural: O Mundo e o Céu
Tiago 3:13-18

         Você já experimentou choque cultural? Choque cultural acontece quando enfrentamos estilos de vida, língua, roupa, moeda, religião, valores, perspectivas, totalmente diferentes dos nossos.          Com certeza você já enfrentou algum tipo de choque cultural. Quando mudou para uma outra cidade ... Quando mudou de escola ou emprego, onde tudo é diferente: Horários, serviços, o "jeitão" de fazer as coisas... quando mudou de igreja. Às vezes enfrentamos choque cultural quando casamos. Os costumes, as tradições familiares, as maneiras de celebrar aniversários, feriados, são todos diferentes.
         Como as pessoas reagem ao choque cultural? Quando falamos do cristão em relação à cultura do mundo, Jesus disse que teríamos que "estar NO mundo, sem ser DO mundo." Paulo falou para não sermos "conformados com esse mundo, mas transformados pela renovação da nossa mente". João disse, "Não ameis o mundo, nem as coisas que estão no mundo" Pedro nos lembra de que tudo que vemos no mundo, há de derreter e ser reduzido a nada. O autor de Hebreus nos chama de "peregrinos" em busca de uma cidade celeste.
         Todos esses autores bíblicos identificam uma guerra entre culturas, um choque cultural entre o mundo em que vivemos e o céu de onde vem nossa cidadania. O livro de Tiago vai ainda mais longe. Ele não deixa dúvidas sobre os traços que identificam um cidadão do mundo e um cidadão do céu.
         Tiago 3:13-18 aborda as características que definem a cultura do mundo e a do céu. A fé verdadeira manifesta-se numa vida transformada, de forma presente e ativa. O texto nos desafia a rejeitar uma cultura e abraçar outra. A sabedoria (ou cultura) do mundo é diabólica, egocêntrica, ambiciosa, contenciosa e vem direto do inferno. Sempre quer levar vantagem. Entretanto a sabedoria (ou cultura) do céu vem de Jesus, é pacífica e bondosa, sempre pensa nos outros primeiro, é cheia de amor. Essa cultura celestial quer compartilhar a vantagem que tem em Cristo.
         O texto começa com uma pergunta: "Quem entre vocês é sábio e entendido?" Muitos entre os leitores talvez pensavam que eram sábios, a ponto de quererem ser mestres (vs 1). Mas será que eram sábios MESMO? Ou será que tinham adotado a cultura do mundo e sua definição de sabedoria?
         Definição do Mundo. O mundo define sabedoria como "esperteza". É levar vantagem, explorar, avançar, manipular. Subir a escada mais rápido que o outro. Enganar antes de ser enganado. Matar antes de ser morto.
         Definição Bíblica. Sabedoria bíblica significa adquirir a perspectiva de Deus sobre tudo que acontece no mundo. É subir a escada da Palavra para adquirir a ótica divina sobre valores, vida, ministério e família. No Velho Testamento significava ter "jeitão" para viver. Cultura é "jeitão". E o "jeitão do céu" não é levar vantagem sobre os outros, mas compartilhar a vantagem que tem em Cristo! É a ética de Jesus, que é amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Não é ser servido, mas servir, é dar a sua vida (Mc 10:45).
         Sabedoria bíblica significa investir sua vida para sempre. Viver na presença de Deus em todos os momentos. Sabedoria bíblica não pisa nos outros para subir mais alto, mas dá uma mão para ajudar os outros a subirem. Não vem geneticamente, mas pela Palavra de Deus, aplicada ao meu coração pelo Espírito de Deus, pela obediência e pela graça. Por isso o salmista declarou

"Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque aqueles eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido que os idosos, porque guardo os teus preceitos."  Salmos 119:98-100.

         Sabedoria bíblica significa viver a vida de Jesus na terra, uma vida dedicada a outras pessoas. É reconhecer que somos abençoados para sermos uma bênção, não para acumular mais bênçãos para nós mesmos. É mansa, humilde, digna, cheia de boas obras, focalizada no outro e não em si mesma. "Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas boas obras."
         Em nosso mundo, viver esse padrão divino realmente é contra-cultura. Significa remar contra a maré! Será que eu e você estamos praticando a sabedoria divina, remando contra a maré? Ou será que nos nossos negócios, na escola, no serviço, já somos idênticos ao mundo? Será que nós também adotamos o padrão de esperteza, de querer levar vantagem em tudo?
I. A Cultura (Sabedoria) do Inferno: Ambiciosa e Contenciosa (14-16)
         Cada cultura no mundo tem seus costumes, suas marcas peculiares. Vemos isso especialmente nas formas de se vestir de cada grupo étnico. A cultura do inferno também usa uma roupa típica. Não é vermelha, com chifres e tridente, mas tem um traje facilmente identificável. É o vestuário do diabo e tem cheiro de enxofre!
         A cultura do mundo (inferno) em relação à cultura do céu diz:

"Somente o forte sobrevive" (Deus diz que os mansos herdarão a terra) "Você é mestre do seu destino." (Mas o céu sabe que Deus é soberano) "Usa pessoas, ama coisas." (Deus diz, "Usa coisas, ama pessoas") "Comamos, bebemos, amanhã morreremos" (Deus diz, "Comam e bebam, mas lembrem-se de que tudo que você faz será lembrado para sempre) "Eu sou número um, e não existe número dois!" (Deus diz, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."

         Nos versículos de 14 a 16 há duas descrições principais da cultura infernal: ambiciosa e contenciosa. ESSA CULTURA É ESPERTA E QUER LEVAR VANTAGEM EM TUDO. A idéia é de ambição e arrogância na vida, com um único propósito: satisfazer seus próprios desejos, viver para si, custe o que custar para os outros. E ai de quem ficar na frente dessa pessoa. Faria qualquer coisa para avançar.
  • Inveja amargurada
         a palavra "inveja" literalmente diz "zelo". Zelo pode ser bom ou ruim. Mas esse é ruim. É interesse demasiado em mim mesmo, um zelo por mim mesmo. EU cuido de mim. EU me protejo. EU faço tudo em meu próprio interesse. E quando não tenho meus desejos satisfeitos, fico magoado. Mas esse zelo desorientado e diabólico também é vázio, e nunca pode ser satisfeito. Quanto mais o ego se alimenta, tanto mais quer. Por isso é amargurado.
         A ética do mundo está totalmente centrada no eu. Temos que tomar cuidado, pois existe uma doutrina de amor próprio que passa mascarada como sabedoria biblica, quando de fato é característica da cultura do inferno. Alguns afirmam que o homem precisa amar a si mesmo para poder amar ao seu próximo. Mas confundem o ensino biblico. A Palavra de Deus nunca nos manda amar a nós mesmos - muito pelo contrário, usa o amor natural que as pessoas tem como o padrão da medida de amor que devem ter para com os outros. A ética bíblica é uma ética OUTRO-cêntrica. Essa é a vida de Jesus em nós. Está mais preocupado com o bem-estar do outro do que consigo mesmo. Declarações sobre "baixa auto-estima", "falta de amor próprio", "complexo de inferioridade" revelam preocupações da cultura mundial. Pessoas deprimidas, vázias, em parafuso, às vezes (nem sempre) passam pelas nuvens pretas pois vivem em torno de si mesmas. Precisam elevar os olhos e ver outras pessoas ao seu redor, pessoas com necessidades e dificuldades maiores que as suas. Quando nosso mundo gira em torno de nós mesmos, quando defendemos os direitos de "numero 1" seguimos a sabedoria desse mundo e do seu principe. Mas o fruto que colhemos é muito amargo.
  • Sentimento faccioso.
        "ambição egoísta" A idéia é de contendas entre pessoas, causadas justamente pela competição, pela cobiça, por partidarismo e divisão. A Biblia é muito clara quando diz que "Deus ODEIA quem semeia contendas entre irmãos" (Pv 6:19). Mas essa é a cultura do inferno.

  • Terrena.
        "Não é a sabedoria que desce lá do alto", então deve ser de baixo! Sabedoria do inferno é o padrão entre os homens. É "da terra". Uma terra em que os mais fortes devoram os mais fracos. Cada um por si e que os demais que se danem. Contudo, esses não são os padrões de Deus. Ele disse que "os mansos herdarão a terra!", "Quem perder sua vida no serviço a outros, achá-la-á."

  • Animal (não espiritual).
        A palavra descreve o homem "natural" ou seja, o homen não regenerado, que não consegue viver um padrão sobrenatural e voltado para o bem do outro. É material e sensual, portanto sub-natural, pois não foi assim que Deus fez o homen. Vemos essa característica animal logo depois do primeiro pecado, no Jardim do Éden. Adão parece um animal com suas costas na parede quando confrontado por Deus. E em resposta, ele vai ao ataque, culpando a mulher e depois a Deus pelo seu pecado.
         Vemos isso o tempo todo. É só reparar, filas de banco, engarrafamento de trânsito, disputas pelas últimas vagas em estacionamentos, lutas desesperadas pela vantagem que queremos ter sobre todos.

  • Demoníaca.
        Aqui descobrimos a verdadeira origem dessa sabedoria. É a cultura do inferno! É assim que os demônios vivem. Quando adotamos o padrão de ambição, amor próprio, divisão e contendas nos revelamos como cidadãos de uma sociedade totalmente possessa pelo culto de si mesmo, em que cada um devora o outro, falando mal, acusando, criticando, xingando. Cria pessoas nunca satisfeitas, descontentes, ou acomodadas. Sempre exigindo mais e mais, mais conquistas, mais honras, mais dinheiro, mais posses, mais glória. Que maneira horrível de se viver!

"Não é ambiciosa minha alma. Não anda a procura de grandes coisas, de coisas maravilhosas demais para mim..."  Sl 131

  • Confusão e toda espécie de coisas ruins.
        Quais os resultados esperados da cultura do inferno, em que é cada um por si? O primeiro é confusão. A palavra fala de desordem. Encrencas. Esse zelo amargurado é o que causa brigas em nossos casamentos, entre irmãos, nos esportes. Leva para úlceras, hipertensão, enfartos, brigas, familias desfeitas, separação, divórcio, lágrimas, ressentimento, mágoas, igrejas dividas, um testemunho perdido.
         Jesus disse "Vinde a mim... aprendei de mim, pois sou MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO e achareis descanso para vossas almas!" Jesus ofereceu vida por meio da morte--morte para si, para sua ambição, para sua fama, para a defesa dos seus direitos, para a promoção dos seus interesses. Quando você não se importa com quem recebe a gloria, fica livre para amar!
II. A Cultura do Céu: Pacífica e Bondosa (16-18)
         A cultura do céu compartilha a vantagem em vez de levar vantagem. Se for necessário, leva desvantagem. Isso não significa ser "capachão", mas cristão. O "jeitão" do céu é pensar nos outros antes de mim mesmo.
         Assim como a cultura e sabedoria do inferno tem sua roupa típica, a sabedoria do alto também se veste de forma única. Essa sabedoria manifesta-se numa vida transformada-- coração, cabeça e conduta. (13). Sabedoria diante de Deus, não é tanto uma questão intelectual, mas moral.

  • Pura
        Pureza de mente, pureza de vida, são ridicularizados em nossos dias. A sabedoria do inferno é suja, esperta, cheia de gracinhas que gozam da santidade da pureza moral. Essa sabedoria do inferno já contaminou a terra. Dizem que a indústria da pornografia nos EUA gera mais de 10 bilhões de dólares por ano. Dez mil novos filmes pornográficos são produzidos, e mais de 700 milhões de vídeos são emprestados. A corrupção mundial devora o dinheiro do povo.
         Criticamos a corrupção dos grandes, mas um dia eles eram pequenos como nós. E a infidelidade nessas coisas pequenas transformou-se nessa grande corrupção que nos deixa indignados.

  • Pacífica--não causa, mas cura conflitos!
        Um pacificador está sempre pronto para paz! Quer resolver conflitos a qualquer custo! Não guarda mágoas! Nao permite que haja barreiras entre os irmãos.
         Porque sabe viver pela graça, pela aceitação incondicional de Deus, não tem nada a perder. Nada para defender. Não precisa proteger seus próprios interesses a qualquer custo. Quando errado, é capaz de pedir perdão. Quando certo, não precisa brigar até humilhar os outros. Para esse indivíduo, pessoas são mais importantes que posições.

  • Indulgente (amável)--moderado, cortês, gentil, tolerante, manso.
        Não arrogante, não é sábio aos seus próprios olhos, tem "poder sob controle". É um fruto do Espírito. É uma maneira de ver e tratar as pessoas, que não as usa, mas as ama.

  • Tratável (compreensiva)
        A cultura do céu é ensinável, acessível, ouve, se submete, não rancoroso, não cria motivos para discutir... disposto. Essa pessoa ouve críticas com humildade e cresce.

  • Plena de Misericórdia e Fruto da Justíça (Gl 5:22)
        Cidadãos do céus mostram compaixão, mesmo que o outro não tenha razão. Interesse genuíno pelo outro que leva a abrir mão dos meus interesses, meus direitos, e tratar o outro com misericórdia. Firmeza com compaixão. "Plena de misericórdia" significa "ser controlado" pela misericórdia, assim como "cheio do Espírito" significa ser controlado pelo Espírito. Mas como? Uma pessoa controlada pela misericórdia sempre deixa que a misericórdia ganhe quando há um conflito em seu espírito.

  • Imparcial.
        Não olha somente para si mesmo e seus interesses (2:1-11). Não julga as pessoas pelo que tem, pelo que sabem, pelo que podem fazer por ela. Tem a perspectiva de Deus sobre as pessoas.

  • Sem fingimento -- Não faz da vida um "show".
        Não usa máscaras, nem finge ser o que não é. Pois na verdade é transparente. Quem é assim? Mais uma vez, descobrimos que não somos nós, mas Cristo. Ele é a sabedoria de Deus que se tornou sabedoria para nós. E hoje quer viver Sua vida em nós.
         Qual é a sua cultura? Você semeia a paz, procurando sempre levar vantagem? Ou compartilha as vantagens que já recebeu em Cristo Jesus (v. 18)?

A CULTURA DO CÉU NÃO PROCURA LEVAR VANTAGEM; MAS COMPARTILHA A VANTAGEM QUE JÁ TEM EM CRISTO



Sérgio Silva
10/10/2014
Hrs 12:40